Engasgo ao ver o sol se por
bem longe donde deveria estar
em voo sideral imerso em seu olhar
me recomponho de um novo amor
descaso, mensagens em meu celular
que insiste em vibrar sem decompor
o som em miúdos ruídos da dor
de quem vive em solidão sem cessar
reluto em silêncio em seu temor
por nunca entenderdes meu falar
por nunca entrares em meu mar
tal qual sereia Medusa em pedra, em flor
Engasgo, e uma lágrima se solta no ar
afoga o perfeito cume do seio em cor
ardente veneno e doce sem sabor
que insisto em beber sem o provar
Enxugo o pranto, pouco e indolor
como quem seca no todo o sul polar
inútil é tossir, cuspir o fel biliar
pois o corte é mais letal que o amor
Engasgo ao ver o tempo passar
levando meu sonho amador :
A farsa falsa na face do ator
é que aplaudem, surdos, ao seu cantar
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
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